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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Mulheres com muitas curvas e sensuais

Eu gosto do meu corpo. Claro que faria algumas modificações. Se Deus me perguntasse:"querida, eu não sou perfeito e sei que errei contigo, desculpe, o que você deseja alterar?". Eu responderia: "Gostaria de ser mais alta, ter corpinho de vilão como as mulheres de Carlos Zéfiro e de ter cabelos que crescessem mais rápido. Ah, um olho cor de mel?".

Eu fui catequizada pelo Carlos Zéfiro. Olha a dobrinha ali!

Adoro desenhos de belos corpos como os do Manara. Como alguém pode criar mulheres tão desejáveis? Mas fiquei pensando sobre outros corpos, sobre as mulheres com mais curvas, mais peso e, em muitos casos, nem por isso menos interessantes, voluptuosas, atraentes.

A História da Arte, como também é sua função, sistematizou muitos reflexos das sociedades ao longo dos milênios. Pensando na História Moderna, é possível observarmos as modificações de gostos transformados em padrões de beleza e como as mulheres se sujeitara e se sujeitam para que se encaixem nestas formas, por vezes, impossíveis e que não foram escolhidas por elas.

Houve um tempo, no qual formas bem avantajadas eram sinônimo de fertilidade e, portanto, da essência do feminino, do poder da procriação. Basta observarmos as Vênus de Willendorf (Aústria) e de Lespugne (França), ambas em pequenas dimensões e feitas em pedra, datadas de, em média, 25.000 a.C. Acredita-se que eram espécies de amuletos para garantir a capacidade procriadora das mulheres. No filme "A Guerra do Fogo" (1981), de Jean-Jacques Annaud, em uma das cenas um  forasteiro recebe uma mulher que tem suas formas semelhantes as da Vênus de Willendorf como uma espécie de "presente" a este  valente que chega a outro povoado. O que se quer é que sua força e coragem sejam herdadas pelo filho que, teoricamente, os dois conceberiam.


Vênus Lespugne, França

Vênus de Willendorf, Aústria
Indo mais adiante, no Renascimento, não nos faltam exemplos de representações de mulheres com corpos mais carnudos. Na produção dos períodos subsequentes a predileção se repete e podemos citar o flamengo Peter Paul Rubens (1577-1640) e o francês Pierre Auguste Renoir (1841-1919) que, reza a lenda, se casaram com mulheres cujos corpos tinham estas proporções.
"As Três Graças", de Rubens.

Dizem que Renoir se casou com uma mulher idêntica a esta retratada

Todo mundo sabe que gordura em excesso pode ser prejucial à saúde, mas a magreza não pode ser a única forma de se ver, ter e admirar corpos femininos no mundo. Somos diferentes, gente! Sempre achei bonito carne com cintura demarcada, seios fartos. Há várias atrizes e outras mulheres conhecidas que são assim. A Marilyn Monroe creio ser uma referência, apesar de outra imposição como pré-requisito para sensualidade: a da loirice. Não sou contra os cabelos platinados, adoro! Sou contra este único modo de ver. Nada é perfeito...

Linda e curvilínea!
O que dizer da linda e talentosa atriz Jenifer Hudson?

Jenifer Hudson é linda e ainda canta.
Fiz em 2010 algumas ilustrações de mulheres "gordinhas" que esbanjam sensualidade com suas curvas, decotes, cores, olhares e elas estão aí. Meio pin ups.  A partir delas tive a ideia de fazer pin usp negras. Não conheço muitas, mesmo após levantamento de pesquisa na nossa bíblia pós-moderna, que é o Google. Usei lápis grafite, caneta nanquim, lápis de cor aquarelado e hidrográficas coloridas para produzí-los. Gostei muito do resultado! Elas têm olhares sensuais e andam bem maquiadas, esbanjando feminilidade!




As pin ups black power estão chegando, em breve.

sábado, 9 de abril de 2011

"Peixes e Peixas ou Homenagem à Ariane": cor e flerte com o erotismo!

"Peixes e Peixas" foi como a artista, amiga e educadora Ariane Xavier nomeou amigos e amigas, colegas, paixões e passantes durante o inesquecível Carnaval que passamos juntas em 2011 na companhia de muitas pessoas queridas.

Os trabalhos que aqui apresento tiveram estes momentos como referência criativa e, a partir de linhas e curvas que nos conduzem por caminhos novos, mágicos, repletos de descobertas que desembocam em dores e prazeres, adornados por brilhos do suor, de lantejoulas, de fluidos e paetês, cá estão finalizados com palavras que não se completam que se tornam gritos, sussurros, palavras titubeantes.

Lápis e cor branco, guache preto, tinta acrílica, adesivos e fitas fazem parte destes trabalhos juntamente com outros materiais foram utilizados nestas produções. A cor preta é muito difícil de se fotografar, as fotos ficarão melhores, em breve...

 Klimt, Giovanna Casotto, Milo Manara, Frederic Boilet, Rodin e seus desenhos eróticos e Juliana Alves nos olhos, na libido, na criação e na cabeça.

"As serpentes da água" de Gustav Klimt, dos seus muitos desenhos e pinturas que emanam sensualidade.

Giovanna Casotto, HQ fantástico com desenhos realista e histórias inacreditáveis

O Mestre Milo Manara aqui bem comportado

Frederic Boilet

Um dos vários desenhos eróticos de Rodin

Juliana Alves: linda de morrer!
Tivemos o Carnaval que quisemos ter! Esperado por muitos odiado por outros tantos! Em verdade, cada pessoa tem que aprender a encontrar o que lhe dá prazer durante os quatro dias (ou mais, dependendo o estado).


























quinta-feira, 7 de abril de 2011

Não à ditadura do cabelão: meu cabelo é duro, Sr. Luiz!!

Vida de menina negra não é fácil. Estou falando de meninas negras de cabelos crespos, não das que têm cabelos como os das atrizes Taís Araujo ou Camila Pitanga que são maravilhosamente anelados. Há mil variáveis relacionadas a essa questão, mas aqui falarei dos cabelos que foram tema de músicas marcantes e importantíssimas para a musiografia nacional como "Fricote", do talentosíssimo Luiz Caldas que contribuiu para o êxito do inferno de infância e pré-adolescência das meninas que nasceram entre 1976 e 1982, um dos maiores sucessos do axé music. Observe a letra:

Fricote

Composição : Luiz Caldas E Paulinho Camafeu

Nega do cabelo duro
Que não gosta de pentear
Quando passa na baixa do tubo
O negão começa a gritar
Pega ela aí
pega ela aí
Pra que ?
Pra passar batom
De que cor?
De violeta
Na boca e na bochecha
Pra que?
Pra passar batom
De que cor?
De cor azul
Na boca e na porta do céu

Há várias outras músicas depreciativas que nos falam sobre "nega", como os compositores gostam disso... Que criativo...

Bem, este blog é dedicado à arte, estética (não do corpo, da forma) e correlatos, não é um blog de militância apesar deste tom permear alguns textos, como este. Minha mãe sempre tomou o cuidado de pentear meus cabelos e dos da minha irmã. Fazia belas tranças enraizadas, uns rabinhos bem puxados que me renderam olhos amendoados (rs). Mais tarde quis passar o ferro quente em meus cabelos para ver como ficava e durante anos, dos meus 14 aos 22 anos alternei os cabelos alisados à ferro com tranças. Na época do colégio era, para mim, inconcebível não estar de cabelos lisos, era um pavor! Eu tinha que alisar meus cabelos aos finais de semana e suportar a transpiração do couro cabeludo que fazim as raízes retonarem ao seu estado original. E foi assim até o momento em que eu quis me lembrar de como era a textura real de meus cabelos sem o efeito destrutidor da "chapinha" (esquentada no fogão). Nisso eu já tinha 23 anos e estava no mestrado pesquisando a história da minha família. Fui aos poucos esperando os cabelos crescerem e ele virou um grande pompom, black, que chocava e impresionava as pessoas por onde eu passava porque ainda não estávamos na moda do black novamente (sempre há um "blackinho" lá no fundo em todas as propagandas, é "fashion"!). Engraçado como algumas pessoas se ofendem com características dos outros. Hoje, alteranando tranças, black e rendida a um pouquinho de megahair (cuidado com os piolhos dos cabelos alheios!!), percebo o quanto é triste as pessoas não se darem o direito de exibirem os cabelos, corpos e etc. que lhes são próprios, que são heranças de seus pais, avós e que as diferenciam dos demais. A história da arte nos mostra um pouco destas alternâncias de gostos e padrões que interferem nas vidas das pessoas de maneira, por vezes, decisiva.
Voltando de Pernambuco este ano, o estado brasileiro que mais adquiriu africanos no século XVII, me espantou a quantidade de mulheres negras que não querem ser tão negras assim e que massacram seus cabelos cacheadíssimos, crespíssimos, carapinhas com produtos que incluem, inclusive, formol. Triste!
Vendo este site maravilhoso chamado "Le Coil", me deparei com mulheres lindas, negras e mestiças, mas todas de cabelos crespos que elegante e originalmente mantêm suas madeixas naturais e autênticas. Não precisam se padronizar para fazer com que seus cabelos se pareçam com os das propagandas da Revlon e congêneres estende-os ou disfarçando-os com longos cabelos alheios como fazem algumas divas norte-americanas e colegas brasileiras que, creio, nem devem mais ter cabelos naturais.










Fotos de mulheres que estão no site "Le Coil"


Dredados (adoro!), descoloridos, black, trançados, com faixas, com flores, raspados de um só lado, descabelados, presos, parcialmente ou todos raspado, esvoaçados, vamos exibir a cabeleira dura por aí. E Sr. Luiz Caldas: eu gosto de pentear!

Depois de visitar para alguns centros europeus imaginando que encontraria cebelos crespos fantásticos, me decepcionei e vi que nós de São Paulo somos muito, mais muito mais estilosas que muitas gringas mundo afora (Luciane Ramos, Maria Gal, Lucélia Sérgio, Dj Dani Negra, Janette Santiago, Priscila Preta, Débora Marçal, Janaina Freitas, Selma Paiva, Cintia Sampaio, Samira Carvalho, Nina Vieira, Jennifer Nacimento, e muitas outras, "is us on the tape"!).

Em breve, imagens de mulheres e homens de São Paulo!

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Como prometido, seguem algumas imagens, virão mais algumas outras.
Márcia, vendedora na feira descolada do Center 3

Carla, também vendedora e irmã de Márcia. Adoto os birotinhos!

Fábio, estava a passeio ao que parece. Cabelo crescendo.


Zinho Trindade, Mc e poeta.

Priscila Preta, atriz e seus cabelos vermelhos.

Débora Marçal, atriz e seus dreads recém cultivados.


Jennifer Nascimento, socióloga com cabelos levemente cacheados e descoloridos, estava um arraso!


Selma Paiva, modelista e cantora, hoje este cabelão de formas infinitas, ela chegou de birotes.

Jaime Diko, que promove a festa na Ass. Monte Azul.

Cida, ajuda na organização da festa. Detalhe do tênis abaixo!


Linda de morrer! Cabelos descoloridos. Detalhe da pernona e botas vaqueiro abaixo!


Olha o detalhe dos dreads abaixo.


O fotógrafo da noite e seus dreads.