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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sim, o povo aprecia arte e textos sobre arte: 2000 acessos - "Re - Existindo"!

As pessoas que trabalham de alguma forma com arte estão fartas de ouvir que "o povo não aprecia arte". Digamos que esta é uma grande quimera!

Trabalhei em muitas exposições é é recorrente a quantidade absurda de pessoas que frequenta algumas mostras. Evidentemente que a cobertura midiática também tem seus efeitos sobre o fluxo de pessoas a estes espaços. Mas, para além da visitação, da observação e apreciação da produção artística in loco, também tenho acompanhado a disposição do "povo" para conhecer e saber mais sobre vários aspectos da produção artística de várias naturezas, passando por diversas linguagens. Aqui neste blog se objetiva falar sobre artes visuais, especificamente, a qual chamávamos de plásticas. Seja a partir de minha própria produção artística em diálogo com a história da arte, seja a partir do que se vê nas ruas estendendo a compreensão de arte para os limites dos corpos, ou ainda, apresentando novos artistas ou discutindo a mediação nos espaços institutcionais, discutir arte não é uma atividade que precise ser engessada e carregada de academicismos que podem, mais do que enriquecer o texto, afastar pessoas que desejam saber mais, dialogar e trocar informações, mas que, por vezes, não possuem conhecimento ou mesmo disposição para a linguagem rebuscada da academia e da erudição.
A discussão sobre arte e estética pode ser interessante, divertida e fazer uso da linguagem coloquial. Uma amiga historiado Dulci Lima já havia falado sobre isto tempos atrás quando se trata de trazer mais informações aos docentes sobre cultura africana e afro-brasileira: simplificar a linguagem não é menosprezar os leitores e suas capacidades e muito menos fazer tabula rasa dos conteúdos tratados, é dar oportunidade para a compreesnão mais acessível, mais palatável. Aprecio muito este ponto de vista.
Após três meses de existência deste blog criado em fevereiro, completamos mais de 2000 acessos de arteiros brasileiros, norte-americanos, franceses, italianos, cabo-verdianos, guatemalenses, japoneses, enfim, os lugares de onde surgem os acessos são infinitos.
Eu espero realmente que as pessoas continuem acessando este canal e contribuindo para o enriquecimento das discussão sobre a arte que, sabemos, perpassa muitas áreas de nossas vidas. Afinal, já discutimos padrão de beleza, a estética das periferias, a atividade da prostituição, a invisibilidade das crianças negras, tudo a partir deste blog. E vem mais por aí, cada coisa a seu tempo.
Espero contribuir para o enriquecimento de espíritos e de mentalidades por meio desta atividade que prazerosamente toma parte do meu cotidiano.

É a partir desta ação que a gente se reinventa e re-existe à nossa maneira, com as nossas re-elaborações. Por isso, para finalizar este pequeno texto, compartilho com vocês um trabalho produzido em 2004, mas que foi extremamente importante para sedimentação de minhas bases identitárias.  

Re-Existindo: existir novamente; resistir. Trabalho realizado a partir de fotografias de meus familiares e de familiares de outras pessoas queridas como da vizinha Tia Gê e do amigo Ronaldo PJ. Possibilidades de repensar o passado, compreender o presente, planejar o futuro. A arte também serve pra nos pensarmos em relação ao mundo, em muitos e muitos casos!

Lavagem cerebral imposta pela Igreja Católica: branco da pureza e imaculado.

Acordar todos os dias com a cor negra em minha pele já é ser Zumbi. Cada núcleo familiar negro tem muito de Zumbi.

Uma das continuidades do colonialismo: "Marias"!

Como as mulheres negras e mestiças são vistas e como isso afeta a nossa feminilidade?

Ser mulher, ser brasileira, ser negra... Aprendendo a carregar pesos.

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