Eu pensei quando pequena que ser artista era só sentar, pegar os materiais e baixar a inspiração. Sei lá, um Van Gogh, um Monet rs! Mas é muita transpiração mesmo!
Primeiro pra se chegar na forma que se deseja, conseguir pensar melhor nas relações entre as cores, nos ornatos que eu adoro, na composição. Como fazer para não pesar? No meu caso as imagens e os grafismos e outros materiais pesam e são parte importante da composição. Quando estudei no Colégio Técnico Carlos de Campos que, como dizia um amigo, é um lugar "de onde saem cabeças bonitas", tive uma professora que tudo pra ela pesava. Eram os opostos: alguém criada sob uma cultura do "menos é mais", minimalista, equilibrada orientando uma pessoa hiperbólica, barroca e adolescente. Eu ficava extremamenete decepcionada e tentava fazer o que "ela" achava equilibrado. Eu não gostava daquelas folhas tão limpas. Na verdade, até gosto, desenhos só com linhas também é uma das minhas frentes de trabalho, é que me esquecia que estava em um colégio TÉCNICO. Assim, tinham as aulas para estimular a criação, que eram mais livres como a de desenho de figura humana, e as outras para se aprender os conceitos de maneira mais técnica mesmo como desenho geométrico (argh!). Um amigo leu este texto e conversamos um pouco via Facebook sobre esta questão porque ele também estudou neste colégio e para ele esta professora foi decisiva. Porém teve aula com ela dez anos depois de mim, e o que a gente não aprende em 10 anos, não é mesmo? Muita coisa! Assim, considerei que seria melhor explicitar mais, mesmo que rapidamente, o que eu quis dizer. No Instituto de Artes da UNESP, por exemplo, também me deparei com professores com esta mentalidade mais tecnicista. Também acredito, cada vez mais, que o que é eficiente para 100 em termos de educação, especialmente pensando no estudo das artes, pode não ser para 10 e, se não é, deve ser considerado que há algo a se fazer ou a se pensar de outra maneira. A uniformização do ensino em todas as suas esferas é problemática porque não somos iguais. Deveriam ter pelo menos uns três modelos por aí, em prática.
Bom, este meu modo exagerado de ser (em alguns momentos), está em algumas pinturas recentes, como na segunda parte dos "Afro Retratos". Para pintar estes, tive como referência mulheres de Angola, das etnias muíla, mukubal e muimba. São os adornos que me interessam porque desejo caracterizar os retratos com vestimentas e simbologias de muitas culturas. A quantidade de colares, brincos, pinturas corporais é fantástica!
Agora vou passar para a criação de mulheres da Ásia (China ou Japão, Índia e Tailândia). Via "Afro Retratos" pretendo dar a volta ao mundo. Estes trabalhos passarão por photoshop só para melhorar e acentuar as imagens em relação às cores, brilho etc., mas já estão finalizados.
Em breve tem mais!
Igor, revi parte do texto pensando na nossa conversa. Espero que tenha ficado mais claro, me importo com os pontos de vista de pessoas como você.
ResponderExcluirlindo demais minha flor...
ResponderExcluirqdo eu ficar rico vou comprar varios....
lindas! gostei muito do blog, dos textos e das suas artes! valeu a pena ter sido "encontrada" por você no meio da batucada do maracaduros! sucesso, moça! virei fã desse blog!
ResponderExcluirQue trabalho maravilhoso! Muito sensível e impactante ao mesmo tempo. Adorei, paixão a primeira vista. Parabéns!
ResponderExcluirMichele Fernandes